domingo, 10 de outubro de 2010

Em um quarto escuro, duas pessoas, em um momento intimo, em um ato de suposto amor, o primeiro, ela meio tímida, sem saber o que fazer, ele, no controle, ela dizia que estava com medo, ele falando que tudo ia dar certo, ela falando que com ele queria que fosse diferente, e ele falando que não ia ser igual a todos os homens que ela já tinha ouvido falar, ele já experiente, sabia tudo o que fazer, sem vergonha, foi fazendo passo à passo do que já tinha feito com várias, ela, não se mexia, deixava ele ir guiando ela, mãos, pés, pele, arrepio, sussurro, ela ria, a luz se apagou, ele voltou para a cama, ela toda sem jeito, começaram, devagar, ela sentia dor, pedia para ele parar, ele foi com calma, como se naquele momento fosse especial para ele também, pararam, voltaram, em um movimento uniforme tudo fluiu, de maneira difícil, as vezes ela fazia um barulinho de dor, e ele naquele momento, já não se importava mais, já não era mais tão especial, quando terminou, foi ao banheiro, se trocou, perguntou se ela estava bem, ela disse que sim, que estava bem, que estava feliz, ele em um ato frio, falou que tinha que ir embora, virou as costas, saiu, ela correndo colocou suas roupas, meio que, sem entender nada, correu atrás dele, ele deu alguma desculpa banal, falou que ia ligar no dia seguinte, que não ia ser como ela achava que seria, ela acreditou, abriu a porta, ele saiu, ela fechou, no dia seguinte ele deu uma desculpa, e assim foi na semana que correu, ele dando desculpas, e ela acreditando, até que nove dias depois ela encontrou ele, meio que sem querer, e mal sabia que nesse encontro, teria uma terceira pessoa, ela foi usada, da mesma maneira que outras já tinham sido, e da mesma maneira que essa nova iria ser, ele à usou por prazer, ele era sim igual aos outros, ele não era diferente, ele só usou ela, fez algo que para ela era especial, para ele foi um ato banal, nunca ninguém iria trazer o sentimento de primeira vez para ela, nunca mais...